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Luta da Categoria Petroleira não termina com assinatura do ACT 2023-2025

14/12/2023

  

Em 30 de novembro último, a Categoria Petroleira, em assembleia no Sindipetro-LP, rejeitou a terceira proposta da Petrobrás, apresentada, em sua versão final, de acordo com a empresa em mesa de negociação, no dia 14 de novembro. Todavia, diante de um quadro nacional de desarticulação em defesa dos direitos da categoria – com uma parte considerável, como a liderada pela FUP-CUT, já apontando para a aceitação da contraproposta da empresa –, na mesma assembleia foi aprovada a autorização para que a diretoria do Sindipetro-LP assinasse o ACT 2023-2025, como o fez em 5 de dezembro último.

O que se precisa evidenciar em mais um processo de campanha salarial difícil que termina após três meses da data-base da categoria, que é em 1º de setembro, é entender que as dificuldades ocorrem principalmente porque a gestão da Petrobrás, à mesa de negociação, mostra que não quer garantir os direitos da categoria, mas tirar o quanto pode, sendo que a pior e mais pesada parte recai em cima das pessoas já aposentadas e pensionistas. Eles nos dividem para poder “reinar” em suas maldades e assim garantir lucros cada vez maiores aos acionistas, e menos direitos, salários para quem efetivamente construiu e constrói a Petrobrás,  muitas vezes em condições de trabalho que matam, adoecem e mutilam.

A categoria aprova um acordo que avançou pouco perante a “tratorada” de direitos dos últimos sete anos e que não altera as condições amargas impostas às pessoas aposentadas e pensionistas pelo equacionamento da Petros. A conta dessa maldade empresarial será cobrada de todos nós, hoje, estamos na ativa, amanhã estaremos na condição de aposentadoria.

Não se resolve o problema da injustiça operária fechando os olhos ou fingindo que não é com a gente.

A Categoria Petroleira foi exemplo de luta sindical em todo o Brasil. Na greve de 1995, quando não nos curvamos nem frente aos tanques do Exército colocados nas refinarias, o nosso lema era: “Mexeu com o meu companheiro, mexeu comigo”. Inclusive, nessa mesma época, nasceu o nosso Fundo de Greve, depois Fundo de Mobilização, hoje ABCP.

Nossas mobilizações
Durante a campanha salarial, fomos informados e convocados para mobilizações e reuniões pelo Sindipetro-LP. Se a parte liderada pela FUP-CUT, diante do governo atual, segue fazendo uma política de “freio de mão” puxado nas lutas da categoria, relativizando perdas; precisamos reafirmar que a FNP, da qual o Sindipetro-LP é filiado, precisa fazer a luta intransigente dos nossos direitos – das pessoas da ativa, das aposentadas e das pensionistas.

Ver a luta pela unidade de todos os interesses, ninguém pode ficar para trás! Se hoje estamos na Petrobrás, gozando ainda de direitos importantes, é porque ontem tivemos pessoas companheiras que lutaram incansavelmente pelo futuro.

Futuro se faz com presente que respeita o passado. Não há obstáculo insuperável, há lutas que não são feitas. Nesse sentido, precisamos fazer uma reflexão profunda do papel de cada um de nós na campanha salarial – do quanto participamos e do quanto nos omitimos.

Luta sindical não se faz à mesa de negociação, luta sindical se faz no chão de fábrica, participando das convocações do Sindicato, mostrando para a gestão da empresa que a direção sindical tem o apoio e o respaldo de todos nós.

Sem luta, sem conquistas e sem avanço na consciência de classe fica difícil manter o legado histórico de direitos e conquistas, e avançar em muito mais. Que a gestão da empresa não nos valoriza, isso já sabemos; o que não podemos aceitar é nos desvalorizarmos!

Hoje vivemos uma realidade ainda mais complexa de termos um governo sitiado pela antessala da extrema-direita, que não está a passeio no Brasil ou no mundo, e cuja palavra de ordem é enfraquecer as lutas coletivas operárias, sociais e populares.

Precisamos acordar para essa realidade não para nos recuarmos, mas para reagirmos. Porque é disso que se trata: defender os nossos direitos, defender a Petrobrás. Defender a vida.